Você já parou para pensar que as primeiras emoções que sentimos na vida nem são nossas? Pois é, essa é uma afirmação que pode parecer estranha à primeira vista, mas é profundamente verdadeira e revolucionária quando a compreendemos de fato.
Antes mesmo de nascermos, já estamos em contato com um universo emocional. Só que esse universo não é gerado por nós, mas absorvido diretamente da pessoa que nos carrega: nossa mãe. O bebê, ainda no útero, é uma vida em potencial, um ser em formação. Contudo, nessa fase inicial, ele ainda não tem estrutura psíquica desenvolvida para sentir emoções próprias. Tudo o que sente, sente através da mãe.
Essa percepção muda completamente nossa forma de entender quem somos e como fomos moldados emocionalmente. E mais: lança luz sobre muitos dos nossos padrões de comportamento atuais, sobre feridas emocionais que carregamos e até sobre o modo como reagimos à vida.
Não se trata de culpa ou julgamento da figura materna. Muito pelo contrário. Trata-se de consciência. De compreensão. De reconhecer o valor dessa conexão única e inquebrantável, mesmo quando há ausências, dores ou conflitos.
Entender que as primeiras emoções que sentimos são, na verdade, da nossa mãe, é uma chave importante no caminho do autoconhecimento. Porque, se a nossa base emocional foi construída com base na experiência de outra pessoa, é natural que cresçamos reproduzindo emoções, crenças e até dores que não são essencialmente nossas.
Mas como isso funciona? O que a ciência e a psicologia dizem sobre essa conexão? E como essa consciência pode nos ajudar a curar nossas feridas emocionais?
Neste artigo, vamos mergulhar nesse tema tão sensível e transformador.

No gesto terno de um carinho, a mãe já ensina amor antes mesmo das palavras.
Antes de sermos mente, fomos emoções: a influência da mãe na formação do ser
Vamos começar pelo início, literalmente. Quando um bebê está no útero, ele ainda não tem condições neurológicas e psíquicas para processar as emoções por conta própria. Sua vivência emocional acontece por meio da mãe. A forma como ela sente, pensa, reage e vive emocionalmente é, por um tempo, o mundo emocional do bebê.
Tudo o que a mãe sente, o bebê sente. Se ela está em paz, o bebê sente paz. Se está ansiosa, ele também sentirá essa ansiedade. Se está vivendo um momento de tristeza profunda, esse será o clima emocional ao qual o bebê estará exposto. Essa simbiose é natural, faz parte do processo da vida. Mas ela tem consequências mais profundas do que imaginamos.
Essa é a base daquilo que chamamos de memórias emocionais. São registros que não vêm de palavras ou de fatos, mas de sensações. São essas sensações que formam a estrutura mais profunda da nossa personalidade emocional e que continuam agindo em nossa vida adulta, mesmo sem termos consciência.
É como se nossa primeira “escola” emocional fosse o útero. Lá aprendemos, mesmo sem saber, o que é amor, rejeição, alegria, medo, segurança ou insegurança, tudo isso a partir do que a nossa mãe estava vivendo naquele período.
Agora imagine: e se essa mãe estivesse passando por uma fase muito difícil? Se estivesse deprimida, preocupada com o futuro, lidando com rejeição, abandono ou conflitos intensos? O que será que ficou registrado no corpo emocional desse bebê?
Essas experiências não determinam tudo sobre quem nos tornamos, mas marcam profundamente o terreno onde vamos plantar a nossa vida emocional. A forma como reagimos a determinadas situações, os gatilhos que temos, a maneira como lidamos com o afeto, tudo isso pode ter raízes nesse período da vida em que ainda estávamos ligados emocionalmente à nossa mãe.
É por isso que, muitas vezes, não conseguimos entender por que sentimos o que sentimos. Por que temos medo de certas coisas ou agimos com insegurança diante de algo aparentemente simples. A resposta, muitas vezes, está lá atrás, nesse início de vida onde a emoção da mãe era também a nossa.

O cordão umbilical: mais do que físico, é uma ponte invisível de emoções e energia entre mãe e bebê.
Reconhecer e honrar a conexão com nossa mãe: o primeiro passo para a cura emocional
Diante disso, surge uma pergunta essencial: o que fazer com essa informação? Como ela pode nos ajudar no processo de cura emocional e crescimento pessoal?
A resposta começa com um passo simples, mas profundo: reconhecer e honrar essa conexão com nossa mãe. Independentemente de como foi essa relação na infância ou de como ela é hoje, é importante reconhecer que foi por meio dela que nossas primeiras emoções chegaram até nós. E que, por isso, sentir a vida também passa por acolher a nossa origem.
A cura não vem da negação ou do esquecimento, mas da integração. E integrar essa verdade é aceitar que muitas das dores que carregamos não são essencialmente nossas, ou seja, criadas por nós, mas foram registradas em nós como se fossem. Quando reconhecemos isso, ganhamos a liberdade de escolher um novo caminho.
Esse movimento é o que nos ajuda a separar o que é nosso do que não é. A desenvolver uma nova forma de olhar para a vida e para nós mesmos. E também a compreender melhor nossas emoções, nossas reações e os padrões que repetimos.
Além disso, esse reconhecimento nos convida a olhar para a nossa mãe com mais compaixão. Quando entendemos que ela também foi filha de alguém, que também carregava suas próprias dores e emoções, conseguimos perdoar com mais facilidade. E o perdão é um passo poderoso no processo de cura da nossa criança interior.
Por fim, essa consciência abre espaço para um novo tipo de amor: aquele que é consciente. Um amor que reconhece a origem, que honra a história e que, ao mesmo tempo, nos convida a construir um futuro diferente.
Acolher a mãe que viveu em nós é, também, começar a acolher a nós mesmos. Essa conexão nos ajuda a honrar e respeitar a história de nossa mãe, a história de nossa família, pois ela é nossa origem, nossa nascente, e respeitar nossas raízes é essencial para compreendermos quem somos.

No silêncio, encontramos a criança que habita em nós.
Conclusão
A descoberta de que nossas primeiras emoções são, na verdade, da nossa mãe, é um convite ao autoconhecimento. Não para julgar ou culpar, mas para entender, integrar e curar. É por meio desse olhar mais profundo e amoroso que conseguimos resgatar nossa essência e reescrever nossa história emocional.
Nosso passado não nos condena, mas nos orienta. Ele aponta onde estão nossas raízes, e nos mostra como cuidar melhor da árvore que somos hoje. Honrar essa conexão com nossa mãe é, portanto, honrar a nossa própria vida.
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