A primeira infância é um terreno fértil, onde tudo o que vivemos é absorvido com intensidade. Até os três anos de idade, nosso cérebro está em plena formação, e a parte racional ainda não está pronta para filtrar ou interpretar o que acontece ao nosso redor. Nesse período, somos como uma esponja emocional: sentimos primeiro, entendemos depois ou, muitas vezes, nem entendemos, apenas guardamos.
A neurociência já comprovou que as áreas responsáveis pela lógica, julgamento e interpretação, o chamado cérebro racional, só começam a amadurecer depois dos três anos, e continuam se desenvolvendo até a adolescência. Antes disso, funcionamos basicamente a partir do sistema límbico, a parte do cérebro que sente. Isso significa que as experiências emocionais são registradas diretamente, sem filtro, sem análise, sem defesa.
Isso é natural, mas também é delicado. Porque tudo o que é vivido desde o tom de voz usado conosco até a ausência de um abraço se transforma em um registro emocional profundo. Esses registros moldam nossa forma de ver a nós mesmos, os outros e o mundo.
Por isso, quando falamos em cura da criança interior, estamos falando de acessar e ressignificar essas memórias emocionais que foram registradas de forma intensa, muitas vezes dolorosa, e que continuam atuando mesmo quando não temos mais consciência delas.
Entender esse funcionamento é essencial para compreendermos quem somos hoje e por que reagimos da forma como reagimos em certas situações. É também o início de um caminho de reconexão e transformação interior.

O bebê absorve o mundo com os olhos do sentir, captando emoções antes mesmo de entender palavras.
A Infância Sem Filtros: Como Tudo Entra Através do Sentir
Imagine um bebê recém-nascido. Ele não entende palavras, não reconhece conceitos, não sabe quem é. Mas sente tudo. Sente o calor do colo, o desconforto do choro não acolhido, o alívio do leite, a tensão ou a suavidade na voz dos adultos.
Até por volta dos três anos, esse bebê vive imerso no mundo do sentir. A parte do cérebro que faz julgamentos e raciocínios ainda está em construção. Isso significa que ele não consegue “pensar” sobre o que está vivendo, ele simplesmente registra. E esses registros emocionais se tornam a base sobre a qual ele construirá sua visão de mundo.
Se a criança sente que é acolhida, vista e protegida, ela registra que o mundo é seguro, que ela tem valor, que pode confiar. Se, ao contrário, ela sente abandono, rejeição, frieza ou confusão emocional nos adultos ao seu redor, ela registra que o mundo é perigoso, que não pode confiar, que talvez ela seja o problema.
E veja: tudo isso acontece sem que ela entenda nada racionalmente. Ela apenas sente. E o que sente, grava. Esse é o ponto-chave.
Por isso, dizemos que a criança pequena “não tem filtro”. Não porque ela não tenha limites, mas porque ela ainda não tem um sistema racional capaz de interpretar as situações. Assim, tudo é vivido de forma literal, intensa, emocional.
Muitas das feridas emocionais que carregamos na vida adulta nasceram justamente aí, nesse tempo em que tudo era vivido com o coração aberto e vulnerável.

Na ausência de acolhimento, a criança guarda a dor como verdade silenciosa.
O Caminho da Cura Começa com o Reconhecimento
Saber disso nos convida a dar um passo essencial no caminho da cura: reconhecer que existe uma criança dentro de nós que ainda sente da mesma forma.
É comum que, na vida adulta, passemos por situações que despertam reações exageradas, dores antigas, inseguranças sem explicação. São momentos em que “perdemos o controle” ou reagimos de maneira desproporcional. Quando isso acontece, muito provavelmente é a nossa criança interior que está no comando — reagindo com a sensibilidade de quem, lá atrás, não foi visto, ouvido ou acolhido.
O primeiro passo para mudar esse padrão é reconhecer que essas reações não são fraquezas ou loucura. Elas são pedidos de ajuda de uma parte nossa que ficou congelada no tempo. Uma parte que precisa de atenção, escuta e amor.
A cura acontece quando o adulto que somos hoje aprende a acolher a criança que fomos. Quando paramos de exigir perfeição de nós mesmos e começamos a oferecer o que talvez nunca tenhamos recebido: presença, cuidado e aceitação.
Esse processo pode acontecer de várias formas: através da terapia, da escrita, da meditação, da escuta interior, de um trabalho consciente de cura da criança interior. O mais importante é fazer esse movimento de olhar para dentro, com coragem e gentileza.
À medida que vamos acolhendo nossas emoções com mais maturidade e compreensão, começamos a transformar nossos registros internos. Aquilo que um dia foi dor pode se tornar fonte de força. A sensibilidade que nos feriu, pode se tornar canal de empatia, conexão e sabedoria.
A criança que fomos não precisa mais ser protegida por mecanismos de defesa, porque agora ela tem um adulto consciente cuidando dela: nós mesmos.

Quando o adulto cuida da criança interior, nasce a possibilidade de cura e reconexão.
Conclusão
Na primeira infância, somos pura sensibilidade. Tudo o que vivemos é sentido e guardado sem filtro. Essa realidade molda profundamente nossa estrutura emocional e influencia diretamente nossa vida adulta.
Reconhecer isso é o primeiro passo para compreender nossas dores, comportamentos e bloqueios. Quando acessamos e acolhemos com amor a nossa criança interior, damos início a um processo profundo de cura e transformação.
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